Quando a desgraça alheia nos toca

Ainda não foi à muito que um terramoto assolou a ilha de Taiti. Passou e deixou um caos de devastação, morte e sofrimento.
Não são os edifícios que se desmoronam, as estradas que deixam de existir que nos afectam.
O que afectou aquele povo e que nos pode afectar a todos em idênticas situações, é a barbárie que se segue. Haverá quem pense, e se engane, que em caso de tragédia, que nunca acontecerá por cá, nunca este povo e cada um de nós, alguma vez terá um comportamento ... menos digno.
Mas eu, olho para as nossas estradas, ouço os políticos, os lideres religiosos, os homens do futebol, as convicções de peito feito do Zé Povinho sentado na esplanada do café a debitar sentenças e ... tenho muito medo, porque em caso de grande catrastofe, a barbárie ainda vai ser pior, do que naqueles que por sacrifício da vida já vivem no limiar ...
Portugal não é o Taiti, mas vive em cima de falhas e nas franjas de falhas tectónicas e se algum dia tiver que haver um Grande Sismo, ele será avassalador. Os serviços médicos estão em condições de responder ? e a Protecção Civil? os militares e a polícia? temos estrutura de governo para sobreviver numa ocasião dessas? A minha resposta é um e muito simples: Nada, nadinha, nicles de rien. A ultima "desgraça" foi no sec. XVIII e pôs Lisboa de pantanas ... porque do resto país pouco se conta.
O Taiti, país imensamente pobre, governado sistemáticamente por cópias de Papa Docs vive a sua desgraça como pode ... que no fundo não seria muito diferente da nossa se nos tivesse batido à porta.
Eu não estou seguro, e Você?
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