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Tudo me incomoda

Se um bicho grande (canita hungara) incomoda muita gente, bicho piqueno incomoda igualmente, nem que essa gente seja exclusivamente e egoísticamente a minha pessoa.  Para testar as evidências sobre a teoria do bicho pequeno, fui mordido por peçonhenta criatura num pé, alí encostadinho ao calcanhar e a 3/4 do artelho. Não houve fenistil gel, em camadas, umas sobre as outras que acalme-se a violenta comichão, que de repente e sem anuncio do bispado, me assorbava. Por muito que tentasse resistir, a tortura sobre o espírito fraco logo fazia o seu efeito e se da primeira, uma caricia a tratava, logo uma raiva insuportável me acossava, e com a sola da sandalia do outro pé, executava dolorosa e improdutiva vingança perante uma salomónica comichão. Só após ter sangrado aquela ferida é que finalmente me livrei do veneno de tal perigoso bicho. Começava a sentir algum alívio e bem estar, quando e subitamente senti uma queimadura no percoço. Verifiquei que aquele ardor provinha de uma m

Férias

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Diário de Férias. Esta série de notas poderia chamar-se também de "Como uma canita e outros bichos podem arruinar umas férias a um intolerante" Pois bem, além de 2 pequenos, inofensivos e quase desprezados hamsters que passam despercebidos, estas férias foram marcadas pela presença de uma canita de marca hungara de nome impronunciável batizada com o luso nome e originalissimo de "Mimosa". A maternidade das mulheres cá de casa emergiu como um estúpido vulcão de bicarbonato, com aqueles mimos em tom de falsete e afirmações idiotas, que felizmente um canito não entende, pois se o fizesse logo lhe daria enfarte fatal. Para elas terá sido grande alegria e muitos os momentos de prazer, o que muito me apraz saber, pois o encanto de levar o bicho a por poita na relva e apanha-la com o saquito do continente, será sem dúvida especialidade olimpica dos próximos jogos e chamar-se-à "Poiar" (de poia, cagalhão). Pentear/escovar ou seja o que for, é também uma

onde não existe eu ou tu

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Eu Simplesmente Amo-te Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se. Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor "

Refém

Estou refém em minha própria casa. Não, não tenho pulseira electrónica pelo crime de ser português e trabalhador da defunta classe média, nem estou a ser vigiado pela NSA (isto é, penso eu). Estou refém, com os movimentos condicionados em casa, à sala, à cozinha e sob reserva, de uma retrete, ao qual, para a alcançar, tenho que demonstrar estar apto a repetir as façanhas épicas de um semi-deus grego e enfrentar os monstros de Hades, Ciclopes, Orks e os sátiros Trolls Coelho & Seguro. Só falta mesmo o Jesus! Tudo começou assim ... … Em cumprimento de obrigações profissionais e aos quais nem sempre é possível escapar, recebo um telefonema da “guilda das mulheres aqui da Casa”, tipo, informativo declarativo. A informação foi um choque. Um desafio à minha capacidade de tolerância. A nossa experiência de vida vai-nos preparando para enfrentar, “cenas” cada vez mais pesadas e emocionalmente fortes. Mas aquele telefonema foi mais além do que poderia alguma vez ter esperado