Onda mora a felicidade
Reflexões
Onde
mora a felicidade!
Do livro “A geografia da felicidade “ de Eric Weiner.
Ressalvo desde já que a veracidade ou fidedignidade das
fontes apontadas pouco me interessa.
Cada um “retire–lhe o sumo” que quiser e
pronto!
Os itálicos são meus , tá claro!!
(…) De acordo com a base de dados de Ruut Veenhhoven, a
Islândia tem estado sistematicamente classificada como um dos países mais
felizes do mundo. (…) A Islândia?? A terra do gelo?? A terra do frio e da escuridão??? Sim essa
Islândia.
(…) Quando acordo, o céu clareou um pouco, atingindo um
estado agradável de não escuridão, (…) o que (…) não é o mesmo que luz, assim
como agradavelmente não frio, não é o mesmo que quente. (…) É uma escuridão que
durante vários meses por ano envolve a Islândia, que a asfixia, que a encerra
(…) é igualmente preta e restritiva.
Olhando para o negro nada, (…) pergunto-me como será possível
que os islandeses, possam ser felizes vivendo sob este véu de escuridão.
Sempre
associei felicidade a palmeiras e praias e bebidas azuis e claro, a bares
dentro das piscinas. Isso é que é o paraíso, não é? (…)
(…) Seria de esperar que toda esta escuridão conduziria a uma
epidemia de Desordem Afectiva Sazonal (DAS)(…)que provoca sintomas como o
desespero, apatia e um enorme desejo de hidratos de carbono ( ah , tá explicado porque eu vou aos “pais
natais” das minhas filhas mesmo sem gostar de chocolate!!) Parece-me um sofrimento particularmente cruel(…)
contudo este padecimento é virtualmente inexistente na Islândia. No Noroeste do
EUA há uma prevalência desta desordem mais elevada (…)
Os psicólogos
chamaram-lhe a Sobrevivência dos ditosos!
Mas, mais uma vez os nºs que figuram na World Tatabase of
Hapiness (http://worlddatabaseofhappiness.eur.nl)
dizem que estamos enganados (…) o clima tem importância mas não da maneira que
pensamos(…) quanto mais frio, mais feliz.
São muitas as teorias (…) mas a minha preferida é a que dou o
nome de “Teoria do Aguenta-te ou Morre!”
Segundo esta teoria, nas regiões quentes a vida é demasiado
fácil: as nossas refeições caem-nos simplesmente dos coqueiros. A cooperação
com o próximo é opcional. Nos lugares frios, pelo contrário a cooperação é
obrigatória. Todas as pessoas têm de trabalhar em conjunto…ou morrem. Juntos.
A necessidade pode ter sido a Mãe do engenho mas a
interdependência é a Mãe do afeto.
Nós os Homens (…) à medida que as nossa necessidades vão
diminuindo (…) ajudamos os outros porque podemos, ou porque isso nos faz sentir
bem, mas não porque estejamos à espera de uma contrapartida (nem que seja a entrada direta para o
cadeirão ao lado do S. Pedro).
Há uma palavra para isto: Amor.
(…) A pequenez da
Islândia significa que os Pais não precisam de se preocupar em ensinar os
filhos aquela velha história de não falarem com estranhos. As pessoas estão
constantemente a cruzar-se com amigos e conhecidos. É vulgar um indivíduo
chegar atrasado ao emprego porque encontrou um batalhão de amigos. Esta é, já
que falamos disto, uma desculpa perfeitamente válida par justificar o atraso.
No que toca a desvantagens,
a Islândia é o pior sítio do mundo para se ter um caso amoroso, se bem que isso
não impeça as pessoas de tentarem.
”- dormimos com um tipo que acabámos de conhecer e, no dia
seguinte, vamos a uma reunião de familiar e lá está ele a um canto, a comer peixe
fumado. E ficamos a saber que acabámos de dormir com um primo em 2º grau!”
(…) Larus, com os seus 40 e poucos anos, ganhou a vida como
jogador de xadrez, mas também como jornalista, gerente de uma empresa de
construção, teólogo e agora produtor de música (…) ter múltiplas identidades
(mas não múltiplas personalidades) é (…) favorável à felicidade (…)
contrariamente ao que prevalece nos países ocidentais e EUA onde a
especialização é considerada um bem mais precioso.
Na Islândia, as pessoas
aprendem mais e mais acerca de mais e mais.
E que dizer da efervescência criativa…
(…)- Inveja
-O que é que tem?
-Não há muita na Islândia.
Os Suíços acabam com a inveja, escondendo as coisas. Os
islandeses põem fim à inveja partilhando-as. (…) As ideias circulam livremente
(…) é claro que também competem entre si, mas no sentido original da palavra
(…) procurar com!
(…) Mas continuo a achar que me está a escapar qualquer
coisa. Como é possível que este pais minúsculo produza, per capita, mais
artistas e escritores do que qualquer outro??
- Isso deve se ao insucesso - explica Larus ???? (…) na
Islândia , o insucesso não acarreta um estigma. Na verdade (…) em certa medida
admiramos os insucessos (…) porque somos livres de falhar, somos livres de
tentar (FABULOSO; não é??!!)
Mihály Csíkszentmihalji escreveu: “Não são as capacidades que
realmente temos aquilo que determina a forma como sentimos, mas aquelas que
julgamos dispor” (Ando eu a pregar isto
há tanto tempo e o meu nome não vem citado em nenhum livro, raios!!)
(…) Um dos resultados desta atitude descontraída é o facto de
os artistas islandeses produzirem muito excremento.
E são eles os próprios os
1ºs a admitir.
Mas o excremento desempenha um papel importante na arte.
Com
efeito desempenha exactamente o mesmo papel que na agricultura. É o seu
fertilizante. O excremento permite que as coisas boas cresçam. Não podemos ter
uma coisa sem a outra.
Nietzsche disse: A medida de uma sociedade é a eficácia com
que ela transforma a dor e o sofrimento numa coisa que valha a pena. Não de que
maneira a sociedade evita a dor e o sofrimento – porque Nietzsche, ele mesmo um
homem profundamente perturbado (enlouqueceu nos últimos anos de vida) sabia que
isso era impossível!
Confrontados com o clima brutal e o isolamento extremo os Islandeses
(… estes intrépidos descendentes de Vikings perscrutam a pesada escuridão do
céu do meio-dia e fizeram outra opção: felicidade e embriaguez.
É julgo eu, a opção mais sensata.
Além disso, que mais há para fazer na escuridão?
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