Dia 2 - Bragança a um Domingo


Depois de repousante noite e tendo que me entreter por aqueles locais e, estando relativamente perto de Bragança … cidade que escapava ao meu portfolio, pus me ao caminho. De Sendim a Bragança são uns quase 80 km (via A4 e N218-2) isto é, uma horita de carro. Valia bem a pena.

1ª Observação Out Of The Box
Quando elaboramos os nossos mapas com os gps dos telemóveis ou mesmo na net, eu utilizo o Via Michelin, e os comparamos com os do GPS do carro, os kms e o tempo indicado nem sempre são muito concordantes. As vias sim, o resto regista umas diferenças, não significativas. Se não levam tudo muito a sério, à partida sabemos de onde saimos, a chegada geralmente coincide, mas os entretantos podem mudar um pouquito, mas ora, estamos em férias.

A paisagem entre Sendim e Bragança muda bastante e por diversas vezes, desde a exploração de gado, mancha florestal além da nossa conhecida planície "tipo" alentejano desértica 😃. Numa das zonas, um rift estreito e pronunciado adivinhava um curso de água, mas gente boa, aquela estrada não foi feita para ser  turística pelo que não tem berma, nem dá possibilidades de ter pontos de vista. Por isso, fotos, nicles.

Chegar a Bragança … foi uma agradável sensação, pois a entrada, de faixa de rodagem com separador, estavam decorada com túpias o que transmite uma ar simpático, cuidado e muito artístico.
Era domingo, manhã, muito ou quase nenhum transito, estacionamento, normalmente a pagar, à borliú e aos montes, a dificuldade era mais do tipo “onde estacionar?”, estou perto do sítio certo?
Decidi mais pelos "bonecos" que podia tirar do que por conhecimento da minha localização exacta. Afinal não foi má decisão. 
 Fiquei perto da rua dos 5 museus, mas ... não entrei em nenhum. Decididamente não estava prá aí virado. Ás vezes estou, neste dia, estava NÃO.

Ao orientar a minha turística bússola, percebi logo a “subidinha” que me esperava até à cidadela. 
Ok, teimoso e orgulhoso, poderia ter explorado aquilo tudo de carro, mas que raio de piada tem andar a conhecer uma cidade de carro? Este pensamento só é válido para temperaturas inferiores a 23º grau e à sombra. Naquele momento o sol já tinha provocado lesões irreversíveis no pensamento lógico.

Registe-se a Homenagem pessoal aos Combatentes na 1ª Grande Guerra. 

Apesar de um refrescante jardim me aguardar à chegada, meninos/as, nada, mas mesmo nada poderia ter o poder de transformar esse momento numa epifania de frescura camprestre

Naquele dia, a escala de mercúrio imigrou para a Antártida e, os trintas e tais mais uns tantos tais que assolavam os caminhantes, não era propícios nem à contemplação nem à divagação filosófica.
Quando lá cheguei acima, não era capaz de dizer coisa com coisa, com uma voz rouca soprei “fino” e o mocinho do restaurante pôs me um fino à frente que eu emborquei até metade e, depois com uma vontade tremenda de arrotar, só agradeci com um Óbrigaaaadooooo enquanto o ar se me escapava entre os dentes. 



Na cidadela, espreitei, mas sobretudo descansei, agradeci por os gajos da história, os reis e as rainhas e as traquitanas das cortes, fazerem castelos, igrejas, jardins e uns mijatórios porreiros mas num sítio que tinha uma calçada, que a urgência convidava à borradela, pois pedra acima pedra abaixo, não é muito compatível nem com bexigas em delicado equilíbrio nem com um contraído esfincter.
2ª Observação Out Of The Box
Estas calçadas são muito bonitas nos gabinetes dos senhores historiadores e arquitetos, mas são definitivamente pisos por onde eles nunca andarão. Se o fizessem com uma carrinho de bebe, uma cadeira de rodas ou uma sandália com um saltito, tivessem alguma idade ou ainda se fossem  do tipo trapalhão como eu a andar, garanto que mandavam a reconstituição histórica às malvas e colocariam um piso decente para quem por ele tem que passar. Certo! Muito Obrigado pela atenção fica aqui o desabafo.

Tive o prazer de descobrir que existe o Caminho do Jorge, mas fui suficiente esperto para não ir por ele!
Fui espreitar o Museu do Traje e das Mascaras (perdão se o nome não é assim exatamente, mas estou a escrever de cor sem os meus preciosos apontamentos), quando percebi que era um daqueles dividido em … 3 pisos. Só me levarem ao colo! Desculpem lá pessoal, fica para a próxima, ok!

Ora com tudo isto, estava na hora de colocar um pouco de lastro para acalmar os sucos gástricos. A minha demanda no TripAdvisor foi frustrante, os recomendados ou estavam fechados ou eram suficientemente longes e por isso tinha que pegar no carro, coisa que manifestamente não me apetecia mesmo nada fazer. Depois de espreitar, enfiei-me, e olhem que o termo é mesmo esse, enfiar num Pátio das Cantigas. Não vou entrar em pormenores, pois dedicarei uma crónica só a esses prazeres, mas no essencial, não recomendaria, pelo menos a Posta, a salada César até que estava razoável/sofrível.
Agora vejam o meu problema, são quase 3 horas da tarde de um domingo climáticamente castigador, sem ter planos definidos e sobretudo, sem grande vontade de os procurar. Resultado: regresso a Sendim para ver os pauliteiros e fazer a siesta.

Curiosidade: lembram-se do comentário acerca dos trajetos GPS, é que parte da viagem de regresso já não foi feita pelo mesmo sítio. Coisas. Mas cheguei e isso é que importa, não é?

Em Sendim, atuação dos pauliteiros, pois iniciaram-se as festas populares. Ai meninos, tenho que prestar homenagem à aqueles bravos, que além de saber brincar com o “pau” (piada de mau gosto eheheh) suam mas suam, com aquela roupa com aquele tempo …. Já vos falei das temperaturas espampanantes que estiveram nesse fim de semana?. Malta nova com muita genica e mestria. Sim senhor, aquilo visto ao vivo é interessante.

Depois, pequena siesta e … depois ir comer qualquer coisa de jeito. Desta vez a escolha recaiu sobre a A Moagem. Meus queridos amigos e amigas, se o bacalhau assado é assim, eu ando a ser enganado à 57 anos. Delicia maravilhosa ou re invenção do nosso pobre e fiel amigo bacalhau. Serviço magnífico. Sobre ele voltarei sem dúvida a falar.
Agora, sem programa noturno nem alternativa tv, xixi cama que amanhã é dia de nos metermos à estrada e seguir mos viagem até Santa Maria da Feira para a sua Viagem Medieval.


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