Aguenta!



Momentos de grandes ansiedades, de desespero e angústia.

Nada parecia fazer sentido nem ter solução. Em frente só noite, breu, chuva e frio!

A meu lado caminhavam corações inquietos como eu, igualmente derrubados e amachucados por avalanches de acontecimentos e emoções … outros, os mais próximos, porventura terão sido arrastados por mim…pela minha tristeza e aflição.

Ou talvez não. Ou teremos sido as pernas, os olhos e a voz uns dos outros … quando o som das nossas palavras nos doía, outro falava na nossa vez, quando a pernas se recusavam a levantar alguém nos teria pegado ao colo…quando a realidade era demasiado assustadora alguém nos teria desenhado um sonho bonito e colorisse o nosso dia.

Sim! Acho que foi isso que aconteceu!

E durante a tempestade, entre vagas arrasadoras encontrei momentos mágicos de alegria e serenidade.

Dizem que o que não nos mata, nos faz mais forte. Não sei se assim será, mas com certeza que nos modifica. E encontramos coisas dentro de nós coisas que não sabíamos existir. Se momentos houve em que as minhas energias se esgotaram, outros houve em que me surpreenderam.

Descobri que, sozinha, sou capaz de tomar decisões difíceis, aprendi que NUNCA se desiste, ”morri” de saudades de quem amo, vivi virada do avesso a fazer de Mãe da minha Mãe e de Filha da minha Filha, reencontrei amigos de outras “cenas” e neles me confortei, apreciei as descobertas pessoais dos amigos de sempre e fui surpreendida com revelações de amores adolescentes.

Olhei e VI as minhas filhas a crescerem e gostei. Aninhei-me no meu Lar e consolei as minhas dores. Fechei os olhos ao brilho do sol e aqueci a minha alma. Saboreei passeios de mão dada, junto ao rio.

Sem me esconder chorei, muito! Ri sem culpas nem vergonhas!

Sem “volta a dar”, caminhei, um pé à frente do outro, e apesar dos trambolhões, fiquei inteira!

“Aguenta”!!! (palavra que nunca mais terá o mesmo sentido!) disse o Pai da minha amiga, e ela aguentou!

E assim o farei também! 

Comentários

  1. "Aguenta" passou a palavra mágica, a metáfora de uma vida, uma prenda que me deixou.(a Filha do Pai que partiu)

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