Tudo me incomoda

Se um bicho grande (canita hungara) incomoda muita gente, bicho piqueno incomoda igualmente, nem que essa gente seja exclusivamente e egoísticamente a minha pessoa. 

Para testar as evidências sobre a teoria do bicho pequeno, fui mordido por peçonhenta criatura num pé, alí encostadinho ao calcanhar e a 3/4 do artelho. Não houve fenistil gel, em camadas, umas sobre as outras que acalme-se a violenta comichão, que de repente e sem anuncio do bispado, me assorbava. Por muito que tentasse resistir, a tortura sobre o espírito fraco logo fazia o seu efeito e se da primeira, uma caricia a tratava, logo uma raiva insuportável me acossava, e com a sola da sandalia do outro pé, executava dolorosa e improdutiva vingança perante uma salomónica comichão.

Só após ter sangrado aquela ferida é que finalmente me livrei do veneno de tal perigoso bicho.

Começava a sentir algum alívio e bem estar, quando e subitamente senti uma queimadura no percoço. Verifiquei que aquele ardor provinha de uma mancha avermelhada. Ao racionalizar os meus percursos e trajetos - praia e casa, logo entendi dever ser uma reação ao sol. Se ajuizado sou, por vezes falta de juizo revelo. Qual sol! Picada de bicho, só não sei de quantas patas ou asas. Creminho hidrante. Pois sim, a verdadeira natureza do ardor revelou-se com uma violenta e explosiva comichão e dor na zona atingida. Da experiência anterior evoquei os espiritos e pintei minuciosamente  a zona com o repelente para insetos, o que me alcalmou o suficiente para constatar que a terapeutica contra, às vezes é o próprio (veneno).

No interregno temporal entre ser alvo preferido de coctails tóxicos, fui alvo da investida de uma gaivota com resultados desastrosos para mim e o gláudio das ditas, 

Seguramente que elas ganharam um inimigo. 

Ora certo dia, depois das manobras de cuidados pessoais e estéticos próprios de quem preza um estar culto e saudável, apreciava o pulsar da vida, olhando os transeuntes e escrutinando o horizonte, da varanda do flat, quando subita e repentinamente, uma dessas barulhentas galinaceas voadoras fez o favor de apontar a cloaca à minha integra e pura pessoa - cabum - abriu o intestino das farras de sardinhas e taínhas da noite anterior sobre a minha pessoa. O imundo projetil alcançou o seu distraído alvo, atingindo-o desde a cabeça, passando pela orelha, pescoço, peito, parte da coxa e joelho. Os fétidos odores da ave esconjurada mancharam rapidamente a imaculada t-shirt que num apice se transformou  na amostra do crime de tão putrefata ousadia com aqueles verde vomitoso e nauseabundo tão caraterístico da pobreza de valores.

Recolhi o orgulho e à unica atividade possivel, tomar um 2º banho de imediato e com profusa sabonária desifetante, enquanto elaborava complexas cogitações vingativas sobre a espécie voadora.

Mas enfim, estamos em férias e o tempo é para o usufruto de dionisio e outras bacanas. 

E qual o melhor local para refletirmos sobre o devir da nossa humanidade?

Claro, apenas e no real trono.

A story conta-se em poucas linhas.

Linha 1 - não sei porquê

Linha 2 - apareceu e fez mossa

Linha 3 - 4 dias dificeis

Conclusão - é o que acontece a quem possui esse dom imprestimável de abrir o esfinter e trau aí vai carga.

Vigança de gaivota ou mal estar do ecossistema, quero lá saber, eu não fiz para cima de nínguem. Como a dita ave que nem para assado serve.

Diarreia. Tudo o que comes e bebes ... entra... logo... sai passado muito pouco tempo. O que medes não é a quantidade produzida mas o intervalo de tempo entre as reflexões.

Por fim e para gláudio dos que apelam ao ditado " se algo te magoa, logo todo o mundo vai xingar voçê nesse sitio".

Uma borbulha, interna no meu nariz, além do ar muito british de penca vermelha, tornou simples gestos, como assoar ou tocar no nariz, em sindrome doloroso. Mais três dias de sofrimento e profundas reflexões sobre o futuro da humanidade e das bentas com pelos encravados.

Hoje chega de virus e outras infecções.

Amanhã: FALAR ALTO

Depois disso: MeoSudoeste (arrasador)